PORTO ALEGRE/RIO GRANDE DO SUL/BRASIL -
Na Economia Compartilhada, novos modelos de negócios estão sendo desenvolvidos
utilizando aplicativos em smartphones e tablets, aproximando os consumidores e fornecedores,
oferecendo serviços personalizados. É o fim do intermediário
tradicional, descartando a necessidade de uma série de serviços profissionais
que estão sendo ameaçados se não agregarem valores diferenciados e percebidos
pelos usuários.
No transporte individual, os serviços on-line ligam os motoristas e os
clientes, substituindo as cooperativas e sindicatos. Toda a regulamentação do
setor deve estar sendo discutida quando o proprietário de um carro vinculado a
determinado aplicativo torna-se uma opção paro serviço do taxista que tem
atividade regulamentada, fiscalização constante e pagador de taxas e impostos.
Com serviço personalizado, o passageiro solicita o carro pelo smartphone,
identifica o motorista, verifica a nota dada pelos outros usuários e a
localização no GPS. São utilizados carros de luxo, veste terno, abre a porta
para o passageiro, oferece água, revista, salgadinhos e mantém ar condicionado
funcionando. Além disso, tem o trajeto definido pelo Google Maps e recebe o
pagamento em cartão de crédito. É óbvio que tem preço diferenciado. A
regulamentação é indispensável.
Na hotelaria
Na hotelaria, o novo modelo da Economia Compartilhada disponibiliza
páginas da internet com imóveis particulares que podem ser alugados por curtas
temporadas e colocam os interessados em contatos diretos com os proprietários.
Ignoram as agências de turismo e até imobiliárias. Além disso, as casas e
apartamentos com preços menores substituem os apartamentos dos hotéis,
pousadas, resorts, entre outros meios de hospedagem. Consequentemente podem
influenciar e até eliminar os serviços tradicionais e todo o sistema utilizado,
inclusive os colaboradores do ramo de atividade: gerências, reservas, recepção,
governança, entre outras.
O tema está sendo discutido em todo o mundo e algumas cidades estão
buscando controles, criando taxas e impostos visando a isonomia fiscal e
tributária com a empresa hoteleira. No Brasil, o hotel tem obrigações que
envolvem o cadastramento no Ministério do Turismo; emissão de nota fiscal;
pagamentos de impostos e taxas; direitos autorais (ECAD); registros de hóspedes
(proteção ao menor; segurança pública); alvará de funcionamento, incluindo
autorização de Corpo de Bombeiros da cidade e da saúde pública, entre outros.
A concorrência
A concorrência é desigual. O setor está ameaçado pelo avanço
tecnológico e a falta de apoio dos legisladores, principalmente nos Municípios.
Será que Porto Alegre poderá ser a primeira cidade do País a buscar a isonomia
fiscal dos sistemas de intermediações de aluguéis (plataformas digitais) com as
imobiliárias? Na realidade são imobiliárias virtuais sem registros oficiais.
Estão nas “nuvens” concorrendo no mundo real. Será?
Respeitam-se
todas as opiniões contrárias
São
reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.
ESCREVE: Professor da PUC/RS
Diretor da Rede Plaza de Hotéis.
abdon@plazahoteis.com.br
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