MONTEVIDÉU / URUGUAY - No dia 24 de agosto o Uruguai para, e durante a
véspera do feriado da Declaração de Independência os cidadãos são enfeitiçados
pelo poder da noite e grandes sucessos de todos os tempos. As músicas dos anos
60, 70, 80 e 90 evocam aos dançarinos de todos os tipos e cores, em busca de
eventos para uma noite de todos com um único slogan: "_traer a la memoria
y al corazón aquello que fue especial para uno" - em português, trazer à
memória e ao coração o que era especial para cada um.
Além dos velhos tempos de
uma era, o que transformou a Noite da Nostalgia em um clássico é o significado
que cada um dá aos hit's do momento, que embora seja o mesmo a cada ano, é o
motivo da viagem no tempo e celebração a vida.
Mais informações sobre as festas que acontecem: https://bit.ly/30WNjKe
Postais de um país com piscadelas nostálgicas
Sendo agosto o mês em que os uruguaios saem para dançar em inúmeras
propostas organizadas por clubes, discotecas, bares, pubs e festas privadas,
sozinhos ou entre amigos, aqui apresentamos algumas atrações turísticas que
ilustram as décadas anteriores em um quadro de nostalgia mais significativo na
história do Uruguai.
Assim, no mês da nostalgia,
entre muitas outras coisas, vale a pena visitar a época colonial, reviver a
glória do futebol ou encorajar-se a dar um passeio urbano pela modernidade ...
Em agosto vale a pena se deixar levar por uma melodia de tango ou imaginar o
barulho de artilharia pesada em tempos de disputas entre espanhóis e
portugueses. Em suma, o turismo também tem seu apelo através de diferentes
cartões postais que, piscando no presente, nos convidam a olhar para o passado com
espanto, curiosidade, gratidão e nostalgia.
ERA COLONIAL
Calle de los suspiros
Fundada pelos portugueses
em 1680, Colônia do Sacramento é um tesouro para os nostálgicos, com muitos
cantos que seduzem visitantes, como a "Calle de los Suspiros", um
lugar de sonho que parece ter sido parado no tempo. Essa rua, a mais
emblemático do bairro histórico, tem uma carga de romantismo das mais nostálgicas.
Outra atração com digital nostálgica é a "Puerta de la Ciudadela", também
chamada de "Puerta de Campo", inaugurada em 1745, cuja paisagem nos
permite ver uma única imagem, um forte, um fosso com uma ponte e grandes
pilares de pedra.
Para pessoas nostálgicas
olhando para outros continentes, sem dúvida um tour por Conchillas, povoado
seduz por seu charme e identidade históricos. A cidade, localizada a 50 km de
Colônia do Sacramento, surgiu com a chegada de uma empresa britânica que se
instalou, no final do século XIX, para a exploração de suas dunas, destinadas à
construção do Porto de Buenos Aires. As casas de pedra com seus telhados
vermelhos são um testemunho vivo existente por lá.
2. TEMPOS DE DISPUTAS ENTRE ESPANHÓIS E PORTUGUESES
Não é o anseio do trovão
das balas de canhão, mas dentro do marco da nostalgia, visitar um dos
patrimônios mais originais que o Uruguai possui como a Fortaleza de Santa
Teresa, no departamento de Rocha, é reviver um momento incrível de a história e
remonta ao ano de 1762. Embora tenha sido construído pela coroa espanhola, a
sua fundação e o seu nome são devidos a Portugal. Estrategicamente construído
sobre uma elevação rochosa de 58 metros acima do nível do mar, as muralhas da fortaleza
eram feitas de uma parede dupla de alvenaria de pedra e unidas por estribos. O
espaço estava cheio de terra e entulho para resistir ao
disparo da artilharia
inimiga. Dentro do mesmo quadro, mas com mais alguns anos de história, há o Forte
de São Miguel, construído pelos espanhóis em 1734 e levado pelos portugueses
três anos depois, em 1737, para ser reconquistado pelos espanhóis em 1763. A
fortificação, em perfeito estado, valoriza uma rica coleção histórica,
reproduzindo os ambientes em que viviam seus ocupantes espanhóis e portugueses.
3. 30 ANOS: A MODERNIDADE INVADE O ART DECO
Ex-Bazar Mitre
Para aqueles nostálgicos de
art déco, sem dúvida, Montevidéu é uma das melhores cidades do mundo para se
divertir. Apenas na Cidade Velha, o turista pode andar um pouco e ver muitos exemplos
fascinantes deste movimento de design popular que teve o seu esplendor entre
1925 e 1940.
A integração de elementos
diversos, como ferragens, vitrais, carpintaria e ornamentos em bronze,
juntamente com uma manipulação de volume e espaços muito especial, definem o
art déco: um universo de abstração e geometrização. Um marco do art déco de
Montevidéu é o
antigo Bazar Mitre (1929),
com sua estrutura metálica e a importante fachada de vidro. Outro ponto
imperdível é o Palácio Díaz (1931), que segundo os conhecedores está afinado -
em escala de Montevidéu - com os arranha-céus que surgiram em cidades como Nova
York ou Buenos Aires, assim como o Edifício Artigas (1940).
Para viver essa nostalgia
arquitetônica, continue andando e chegue ao Edificio Mc. Lean (1931), com suas
portas que revelam temas relacionados ao zodíaco e ornamentos mitológicos em
concreto e metal. Outro caso de art déco é o Edificio Proalmar, longas linhas
horizontais e elementos náuticos que se assemelham a um grande navio lhe
definem como uma autêntica estrutura da época.
4. O SÉCULO XX E UMA MELODIA NO DNA DA NOSTALGIA: TANGO
Museu Carlos Gardel, departamento de Tacuarembó…
Embora na noite da
Nostalgia a música disco predomine a partir dos anos 60, 70, 80 e 90, para quem
se lembra de velhos tempos e sentimentos com outros ritmos e melodias, o tango
é sem dúvida um ponto de reunião ideal. Evocando a voz do rei, uma visita por
Tacuarembó, traz Carlos Gardel à vida e rememora um glorioso passado uruguaio. Quando
o frio não desafinar e o casaco tiver bom tom, fazer uma viagem ao Valle Edén é
uma boa desculpa para acercar-se da antiga mercearia frequentada pelo Criollo
Zorzal, atualmente um museu temático dedicado a esta emblemática figura
do tango do Rio da Prata
Na mesma área, outros cartões
postais turísticos podem inspirar nostalgia, como uma antiga estação de trem,
muito bem preservada e que ainda parece, o reservatório de água que antigamente
era usado para abastecer as locomotivas. Numa delas, caminhando pelo Valle Éden
e imaginando os passos de Gardel sentimos ressoar no ar a melodia de
"Nostalgias", um tango que o artista nunca cantou, mas que, após sua
morte, foi escrito por Enrique
Cadícamo e com música de
Juan Carlos Cobián para um musical de teatro baseado em sua vida.
5. INÍCIO DO SÉCULO 20: QUANDO NO URUGUAI HOUVE UMA TOURADA
Real de San Carlos, departamento de Colonia
Como acontece com o
futebol, no início do século XX no Uruguai as touradas eram festas muito
populares, sendo uma tradição celebrada pelos imigrantes espanhóis que, pouco a
pouco, estava perdendo público. Isso, além das recriminações feitas por grupos
protetores
de animais e influentes
políticos, determinou que a prática das touradas era proibida, gerando o vazio
e a deterioração de um edifício monumental: a Praça de Touros em Real de São
Carlos.
Segundo alguns nostálgicos
e conhecedores do assunto, somente entre 1910 e 1912 houve 32 corridas em
Colônia do Sacramento, nas quais participaram toureiros de grande importância
internacional, como o espanhol Ricardo Torres Bombita agora, o Real de San
Carlos se torna um ponto turístico inevitável para os uruguaios e estrangeiros.
Além disso, com a recuperação da _Plaza de Toros_ - em cujas obras a construção
do estádio está prevista para a realização de espetáculos esportivos e
artísticos, com capacidade para 2.000 - os espaços turísticos e gastronômicos
de seu entorno, sem dúvida, terão um charme particular, em que a cultura das
touradas ganhará cor.
6. DÉCADAS DE '30 E '50: CAMPEÕES DA AMÉRICA E DO MUNDO
Montevidéu e a magia do estádio Centenário
Estádio
Centenario-Montevideo-Uruguay
Na era do gingado, entre
1930 e 1950, o palco musical foi dominado pelas grandes bandas de Duke
Ellington ou Count Basie, mas no cenário esportivo, os protagonistas se
tornaram os futebolistas e o Uruguai um ponto de destaque no mapa, já que a
primeira Copa do Mundo foi
realizada em nosso país em
1930 - com a participação de 13 países - e os jogadores de "la
celeste" os primeiros a vencer.
Como não ser nostálgico por
esses anos! Mesmo antes, o futebol uruguaio manteve o ouro nas Olimpíadas de
1924 e 1928. Em seguida, o feito esportivo se repetiria na Copa do Mundo de
1950, cuja final foi disputada pelo Brasil e pelo Uruguai no estádio do
Maracanã, no Rio de
Janeiro. Resultando a
seleção do vizinho como campeã, num triunfo de 2 a 1.
Neste sentido, Montevidéu
tem alguns destinos imperdíveis para fazer da nostalgia outro motivo de
celebração. Por um lado, o turista pode ir até o Estádio Centenário, inaugurado
em 18 de julho de 1930 - com coleção de objetos de alguns dos destaques da
história do futebol do país.
CRÉDITOS IMAGENS NOCHE DE LA NOSTALGIA – MINISTÉRIO DE TURISMO
URUGUAI / SERRANA DÍAZ - CRÉDITO PLAZA DE TOROS – MINISTERIO DE TURISMO
DO URUGUAI
Colonia del
Sacramento/Uruguay
Bares, restaurantes, discotecas e locais públicos embalam nos anos
60,70, 80 e 90 e colocam o país inteiro para dançar na Noite da Nostalgia - a
única a parar o Uruguai, perdendo somente para noite da virada.
FONTE: Fernanda Bertin
São Paulo/BR
fbertin@arabella.ag
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