BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS - Na sua 21a
edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes, a ser realizada entre os dias 19 e 27
de janeiro, exibirá 30 longas-metragens em pré-estreia na programação,
divididos em seis seções temáticas: Aurora, Olhos Livres, Homenagem, Chamado
Realista, Praça e Mostrinha. (Foto acima: A cidade de
Tiradentes vista pelo alto da serra de São José)
Os
filmes selecionados pela dupla de curadores Cleber Eduardo e Lila Foster têm
representantes de nove estados brasileiros: São Paulo (12), Rio de Janeiro (6),
Minas Gerais (5), Paraíba (2), Goiás (1), Bahia (1), Pernambuco (1), Paraná (1)
e Distrito Federal (1).
Em
nove dias de intensa programação gratuita no Cine-Tenda, Cine-Teatro e
Cine-Praça, a 21ª Mostra Tiradentes se
confirma como a maior plataforma de lançamento do cinema brasileiro
contemporâneo, exibe filmes em
pré-estreias mundiais e nacionais, títulos premiados e de destaque em festivais
no Brasil e no exterior. A abertura, dia 19, sexta, às 21horas, no Cine-Tenda,
terá exibição da produção baiana Café com Canela, com direção Ary Rosa e Glenda
Nicácio e atuação do homenageado desta edição,o ator BabuSantana. mostratiradentes@universoproducao.com.br
A produção Nacional Contemporânea
“O
público terá a oportunidade de conhecer os caminhos originais e ousados da
produção brasileira contemporânea sob as mais variadas vertentes, ampliar as
perspectivas de compreensão da vida cotidiana assistindo aos filmes, participar
de debates sobre os filmes com seus realizadores e pensadores ”, ressalta a
coordenadora geral da Mostra Tiradentes, Raquel Hallak.
A mostra Olhos Livres
A
Mostra Olhos Livres chega ao seu segundo ano de realização com filmes que olham
para seus temas no intuito de relacionar forma e conteúdo de maneira a provocar
fissuras na relação com o espectador e enriquecer a experiência de assistir a
eles. São seis filmes que integram esta seleção e há desde a presença de veteranos
em Tiradentes, como Cristiano Burlan (“Antes do Fim”), até nomes que já
estiveram com curtas e agora vêm com seus longas, como em “O Nó do Diabo”, de
Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi. Há desde filmes de
observação, no limite entre a verdade e a encenação, como “Fernando”, de Igor
Angelkorte, Julia Ariani e Paula Vilela, até a abordagem de imigrantes
colombianos em São Paulo, vistos em “Platamama”, de Alice Riff.
Completam
a Olhos Livres “Navios de Terra”, em que Simone Cortezão realiza uma espécie de
aventura íntima em alto mar e “Inaudito” de Gregorio Ganianan sobre o
guitarrista Lanny Gordim, referência artística na transformação da música
brasileira dos anos 1960. Os filmes da Mostra Olhos Livres são avaliados pelo
Júri Jovem, composto por cinco estudantes universitários selecionados durante a
oficina de crítica de cinema realizada na 11ª Mostra CineBH (2017). A curadora
Lila Foster chama atenção para a dedicação extrema de alguns filmes nas imagens
de beleza forte, expressivas e poéticas, em contraste com as imagens mais
diretas e menos performadas. “Talvez o tom geral seja brando em dramaticidade,
com maior investimento nas sutilezas. Do documentário observacional aos
hibridismos vida/ficção, das estetizações subjetivadas ao cinema de terror
social, a Olhos Livres 2018 não aponta caminhos, sequer saídas, sequer sentidos
únicos ou absolutos”, destaca a curadora.
A seção Chamado Realista
Seguindo
a temática da 21ª Mostra Tiradentes, a seção Chamado Realista reúne títulos em
que acontecimentos de amplo apelo público, arrancados diretamente dos
noticiários e das discussões em voga na sociedade brasileira dos últimos anos,
tornam-se referência paras as escolhas formais dos filmes. Temas como
feminismo, violência, política, protestos, segregação e manipulação midiática
aparecem em “Operações de Garantia da
Lei e da Ordem”, de Julia Murat e Miguel Antunes Ramos; “Apto402”, de Dellani
Lima; “Era uma Vez Brasília”, de Adirley Queirós; “Arábia”, de João Dumans e
Affonso Uchôa; e “Nóis por Nóis”, de Aly Muritiba.
Na
Mostra Homenagem, a celebração ao ator carioca Babu Santana reúne quatro
filmes: as pré-estreias nacionais “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary
Rosa (que será o longa de abertura, na noite do dia 19 de janeiro, no Cine-Tenda),
e “Bandeira de Retalhos”, de Sérgio Ricardo; e dois sucessos marcantes na
carreira de Babu, a cinebiografia “Tim Maia” (2012), de Mauro Lima, e o drama
social “Uma Onda no Ar” (2002), de Helvécio Ratton.
Repetindo
a bem-sucedida experiência do ano passado, a Mostra Praça irá promover sessões
comentadas pelos realizadores após as exibições dos filmes. “Foi pensando nas
diversas formas deste diálogo em praça pública que selecionamos os
documentários de 2018, todos eles regidos pela intensidade de seus personagens.
Cada filme nos ensina algo sobre as lutas políticas do presente e do passado ou
sobre o trabalho de artistas que viveram intensamente os dilemas de seu tempo,
sendo a arte a mediação fundamental do seu engajamento no tempo vivido”, destaca
a curadora Lila Foster
O público assiste filmes de vários estados
Para
tanto, foram selecionados para a Mostra Praça “Escolas em Luta”, de Eduardo
Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli, sobre o movimento de ocupação
das escolas públicas em São Paulo; “Camocim”, de Quentin Delaroche, que
acompanha uma campanha política no interior de Pernambuco sob o ponto de vista
de uma militante; “Todos os Paulos do Mundo”, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de
Oliveira, que radiografa afetivamente a trajetória do monumental Paulo José;
“Por Parte de Pai”, em que Guiomar Ramos retoma uma história íntima e familiar;
e “Torquato Neto – Todas as Horas do Fim”, de Eduardo Ades e Marcus Fernando,
que radiografa o impacto do grande nome da contracultura brasileira.
Mostra Aurora
A
Mostra Aurora, dedicada a filmes de cineastas com até três longas-metragens no
currículo e que apostem na experimentação e no risco, tem este ano sete
pré-estreias, que serão avaliadas pelo Júri da Crítica: “Madrigal para um Poeta
Vivo” (SP), de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho; “Imo” (MG), de Bruna
Schelb Correa; “Ara Pyau – A Primavera Guarani” (SP), de Carlos Eduardo
Magalhães; “Dias Vazios” (GO), de Robney Bruno Almeida; “Baixo Centro” (MG), de
Ewerton Belico e Samuel Marotta; “Lembro mais dos Corvos” (SP), de Gustavo
Vinagre; e “Rebento” (PB), de André Morais. “Alguns filmes se pautam pela
relação no espaço e pela melancolia com esse espaço”, afirma o curador Cléber
Eduardo. “A Aurora continua a demonstrar a diversidade autoral de uma nova
geração de realizadores, algo que já aparecia entre os inscritos de um modo
geral e se fez presente na relação dos selecionados”.
Espaço especial
A
programação reserva espaço especial também para toda a família. A criançada vai
ter diversão garantida na Mostrinha, com a exibição de dois filmes que têm sido
grande sucesso por onde passam: a animação “Historietas Assombradas”, de Victor
Hugo Borges, e a aventura infantojuvenil “D.P.A – Detetives do Prédio Azul”, de
André Pellenz e derivada da série de TV homônima. E no dia 27, no encerramento da Mostra, será
exibido "A Moça do Calendário", de Helena Ignez,
Coluna MINAS TURISMO GERAIS
Jornalista Sérgio Moreira
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