
BRASILIA/ DISTRITO FEDERAL - O Ministério do Turismo realizou o lançamento do Mapeamento do Turismo em Comunidades Indígenas no Brasil nesta quinta-feira (13.11), no estande “Conheça o Brasil” da Green Zone, na COP30. O documento apresenta um diagnóstico das iniciativas de turismo e experiências ofertadas por comunidades em diferentes biomas do país.
A publicação inédita reúne diversos conteúdos de etnoturismo
elaborados por povos indígenas espalhados pelo Brasil e ajuda a
consolidar o país como referência no turismo responsável em
territórios indígenas. Um segundo lançamento será promovido no
domingo (16.11), às 11h, na Aldeia COP, espaço indígena oficial da
Conferência do Cima, na cidade de Belém (PA).
A iniciativa integra a programação do Ministério do Turismo em
parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação
Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na COP30, simbolizando o
reconhecimento do turismo como vetor de valorização cultural,
fortalecimento territorial e promoção do desenvolvimento
sustentável dos povos indígenas.
A coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do
Ministério do Turismo, Carolina Fávero, explicou a importância do
mapeamento. “Mais do que um diagnóstico, este mapeamento é um
reconhecimento do protagonismo dos povos indígenas na construção
de um turismo que respeita, valoriza e compartilha suas culturas.
Cada iniciativa identificada reflete a força e a diversidade das
comunidades, que transformam o turismo em uma ferramenta de autonomia
e sustentabilidade”, destacou Carolina.
A secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena
do Ministério dos Povos Indígenas, Ceiça Pitaguary, reforçou que
o turismo deve ser conduzido a partir da governança dos próprios
povos indígenas, respeitando suas especificidades e modos de vida.
“Esse mapeamento é uma ferramenta muito importante para mostrar
o potencial das terras indígenas. Não existe um modelo pronto ou
uma cartilha sobre o que é o etnoturismo dentro dos territórios.
Cada povo tem sua forma própria de se organizar e de pensar o
turismo, que deve ser construído a partir da governança indígena e
nunca imposto de cima para baixo. O que nós defendemos é que o
turismo em terras indígenas seja planejado com os povos,
considerando seus Planos de Gestão Ambiental e Territorial”,
afirmou Ceiça.
Fortalecimento
Durante o lançamento, a
presidente da Funai, Joenia Wapichana, destacou o papel do
etnoturismo na valorização da cultura indígena e na promoção da
sustentabilidade.
“O etnoturismo é uma prática que, além de gerar renda,
fortalece a memória e a cultura dos povos indígenas. Ele mostra ao
mundo a riqueza da nossa biodiversidade e a força das nossas
tradições. É um turismo que nasce de baixo para cima, a partir das
comunidades, e que contribui para o enfrentamento do racismo e da
crise climática. A Funai vai continuar contribuindo com o mapeamento
lançado pelo Ministério do Turismo, fortalecendo boas práticas e
garantindo que o etnoturismo seja um instrumento de fortalecimento
cultural”, declarou Joenia..
Representando o Museu Indígena Paiter A Soe, de Rondônia, Luiz
Weiymilawa Suruí ressaltou, durante o evento, a importância do
turismo de base comunitária como instrumento de preservação
cultural e desenvolvimento sustentável.
“O mapeamento é uma ferramenta fundamental para acompanhar e
fortalecer o turismo nos territórios indígenas. No nosso caso, o
Museu Paiter nasceu de uma atividade escolar e hoje ajuda a preservar
nossa cultura e a gerar alternativas sustentáveis para as famílias
da aldeia. O etnoturismo nos permite contar nossa história com
nossas próprias vozes – por meio da gastronomia, da pintura
corporal, das trilhas e das músicas tradicionais. É uma forma de
manter viva a ancestralidade e oferecer aos visitantes uma verdadeira
imersão na cultura do nosso povo”, comentou Suruí.
Durante a COP30, o governo brasileiro está organizando a Aldeia
COP, instalada na Universidade Federal do Pará (UFPA), que acolherá
cerca de 3 mil indígenas. A iniciativa reforça a integração entre
o turismo sustentável e a pauta climática, destacando o papel dos
povos indígenas como guardiões dos territórios e protagonistas das
soluções para o enfrentamento das mudanças do clima.
Promovido em parceria com a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o projeto Brasil,
Turismo Responsável, do Ministério do Turismo, tem o objetivo de
orientar destinos turísticos brasileiros quanto à implementação
de ações de gestão responsável. O trabalho envolve a troca de
experiências positivas e a sensibilização dos atores envolvidos
para a preservação ambiental, a manutenção da cultura e a
valorização de comunidades tradicionais.
A iniciativa inclui diagnóstico, planejamento, capacitação e
orientação, possibilitando que comunidades indígenas integrem a
oferta turística nacional. O Ministério do Turismo também
disponibiliza um guia de implementação do Projeto Experiências do
Brasil Original aos governos estaduais e municipais. O documento
detalha a metodologia para a replicação de ações locais com
potencial de promover inserção social, desenvolvimento econômico e
a valorização dos recursos naturais e culturais em territórios
indígenas e quilombolas, por meio do turismo de base comunitária.
Programaqção
O estande do Ministério do
Turismo terá uma programação robusta e estratégica ao longo das
duas semanas da COP30. No Auditório Carimbó, especialistas
nacionais e internacionais participam de debates de alto nível sobre
turismo regenerativo, financiamento climático, justiça ambiental e
a valorização de comunidades tradicionais, promovendo reflexões
essenciais para o futuro do setor
Imagem: Henrique Huff/MTur
Por Lívia Albernaz
Assessoria de
Comunicação do Ministério do Turismo
Comentários
Postar um comentário