Famiglia Mancini, Uma das principais atrações gastronômicas de São Paulo O melhor da cozinha italiana no centro da cidade
SALVADOR/BAHIA - Viajar sempre foi um dos meus maiores fascínios. Desde criança habituei-me a viajar com os meus pais, inicialmente, pelo interior da Bahia. Ainda estudante, no Colégio Estadual da Bahia (Central) tive a minha primeira experiência interestadual, quando visitei a capital sergipana, Aracajú, na companhia de alguns colegas. Ao atingir a maioridade, exatamente quando fiz 18 anos, ganhei o meu primeiro “périplo” de alargamento das minhas ambições. Fui ao Rio de Janeiro com o meu saudoso irmão Hélio. A partir de então, não parei mais de viajar pelo Brasil e por todo o mundo.
Em 1966, fui afortunado ao ganhar a companhia que me seria eterna pois, mesmo hoje, depois de que ela seguiu para as “graças de Deus”, permanece em minha companhia, ainda que em inesquecível memória: a sempre amada TERESA. E, para minha maior satisfação, constituiu-se na minha constante parceira, seguindo-me por toda a parte do mundo que eu elegesse para as nossas vilegiaturas. Foi, pois, por volta dos anos 70 e 80 que visitei São Paulo junto com ela, mais uma vez. Ali ocorreu uma descoberta que, ainda hoje, permanece nas minhas preferências: o restaurante italiano Famiglia Mancini.
Encontrávamo-nos hospedados, então, num hotel que ficava bem em frente à rua Avanhandava. Numa das noites, decidimos buscar para atender ao nosso apetite um restaurante que contemplasse a cozinha italiana (vale lembrar de que Teresa era filha de italianos). Verificamos, então, de que, naquela artéria, em frente do hotel, havia um estabelecimento com aquelas características. Era o Gigeto. Ao seguirmos para ali, identificamos de que, bem um pouco abaixo, havia um outro, igualmente na mesma categoria, que nos pareceu mais agradável.
Foi ali, precisamente, a nossa descoberta pelo Famiglia Mancini. A partir de então, passou a se constituir no endereço da nossa preferência sempre que visitamos a capital bandeirante. Porque atraiu-nos a qualidade do seu serviço. Desde a atrativa mesa de frios, os antepastos que eram, e continuam a ser, sempre uma “tentação”. Ao lado de um cardápio que me permitia degustar os maravilhosos sabores, sobretudo do seu “caneloni”, o prato italiano da minha preferência, ao lado das “pizzas” de todos os formatos.
Um retorno adornado pela preferência
Após cerca de 10 anos, espaço de tempo desde que Teresa nos deixou, decidi voltar a realizar um novo périplo pelo sul, de carro e na belíssima companhia das filhas Carla e Helga, bem assim da neta Lprenza e do genro Beto. Nosso destino mais ao sul seria São Paulo, como ocorreu. Viagem de roteiro que nos permitiu agradabilíssimas surpresas, como o encontro com os parceiros Sergio Moreira, em Belo Horizonte, e Arnaldo Moreira, no Rio de Janeiro, com as suas encantadoras companheiras, Aurea e Lana respectivamente (o curioso é que não são parentes, mas amigos diletos). Foi em São Paulo que, mais uma vez, busquei, com o grupo, as delícias daquele espaço que me sugeriria e lembraria tanto a parceira das muitas anteriores oportunidades: a culinária especial do FAMIGLIA MANCINI.
Aquela noite foi de especial surpresa, pois, ao alcançarmos a rua Avanhandava, espantou-nos o fato de que não existia mais um “FAMIGLIA MANCINI”, mas alguns restaurantes com a mesma “grife”. Inclusive e primeiramente o próprio e antigo “Gigeto”. Ao tentarmo-nos dirigir ao tradicional e especial restaurante, outra agradabilíssima surpresa ao verificarmos que a frequência era extraordinária, inclusive porque tivemos que esperar um pouco para conseguir uma mesa para nós 5. Surpreendeu-nos muito mais o fato de que naquele especial espaço encontravam-se nada menos do que cinco, 5, restaurantes com a mesma grife: “FAMIGLIA MANCINi”. E todos com a mesma impressionante frequência, ou seja, lotados.
Curioso como o acaso gera uma bela história
A verdade é que o restaurante com essa grife surgiu praticamente por acaso, como relata o seu criador e proprietário Walter Mancini. Ele não tinha, na verdade, qualquer experiência no particular, uma vez que, ainda aos 17 anos, trabalhava na noite paulistana. Na realidade, foi à época em que reinavam todo poderosas as discotecas. Na cidade de São Paulo, elas pontilhavam principalmente no centro, ao lado, inclusive, dos tantos teatros, bem assim e até de emissoras de televisão. Como foi o caso, por exemplo, da TV Excelsior.
O próprio Walter Mancini admite que, à época, ainda não possuía, como ainda hoje, uma formação compatível. Por algum tempo, desfilou por diversas casas noturnas bandeirantes e a sua vida, até mesmo, no momento era de dificuldades financeiras. Razão pela qual manifesta mesmo de que a sua residência era nada mais do que um apartamento “quitinete”. Assegura até que havia, então, certa carência de recursos que lhe proporcionassem os meios para a manutenção da sua “pousada”.
No entanto, o “acaso”, nada mais nada menos do que o “acaso”, seria determinante para uma mudança radical em sua vida. Tanto profissional, quanto empresarial, sobretudo financeira. Ele, à época, percebeu que havia na rua Avanhandava um restaurante com o nome de Zi Tereza, por sinal e precisamente no mesmo imóvel onde hoje se encontra o atual Famiglia Mancini. Ocorre que aquele estabelecimento encontrava-se exposto à venda, sobretudo porque, no mesmo endereço, já haviam funcionado alguns outros estabelecimentos do mesmo nível, sem, contudo, conseguirem prosperar.
Se ainda conseguirmos retornar a São Paulo, sem dúvidas, o único endereço que constará necessariamente do nosso roteiro será o FAMIGLIA MANCINI.
Esta matéria foi fruto da nossa própria experiência, bem assim de pesquisa em publicações várias.
Fonte: jornalista Carlos Casaes e Carla Maria
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