PORTO ALEGRE/ RIO GRANDE DO SUL – BRASIL – A poucos dias do início de 2025 paramos para refletir no que fizemos nesse ano que está findando e para planejar o novo ano que está para nascer. Certamente, 2024 nos deixou muitos aprendizados.
2024 foi um ano para jamais ser esquecido. As inundações históricas no Rio Grande do Sul, que deixaram a cidade de Porto Alegre submersa por intermináveis dias, nos remetem aos comentários sobre a enchente de 1941 quando o Rio ou Lago Guaíba ( tem muitas discrepâncias quanto a sua denominação) deixou grande parte do Centro Histórico embaixo d´água. Esta enchente foi bem pior.
Falta de luz, de gás, de água nas torneiras e gente disputando um galão de água mineral a tapas nos mercados deixaram um gosto amargo de sofrimento, impotência e tristeza. Milhares de pessoas abandonando suas casas e suas vidas , toneladas de lixo acumuladas nas ruas. Parece um pesadelo inimaginável.
O lado positivo de tudo isso foi saber que somos capazes de superar tragédias climáticas com muito trabalho, solidariedade e amor. Se achávamos que não teríamos condições de sobreviver descobrimos que tiramos força de onde nem sabíamos que existia. Alguns não tiveram tanta sorte.
Em meio a esse caos tentamos publicar notícias positivas durante essa crise sem precedentes.
O Setor do Turismo, mais uma vez, foi devastado. Sem conexão com o mundo via terrestre, aérea ou fluvial, nos sentimos literalmente vivendo em uma ilha. Corredor humanitário sendo construído às pressas para suprir a cidade com itens básicos de higiene, saúde e alimentos. Helicópteros sobrevoando a cidade, sirenes de bombeiros, carros de polícia, força nacional, exército, etc, circulando 24 h por dia. Um verdadeiro cenário de guerra.E a chuva que não parava nunca. Era acordar e deitar( porque dormir a gente praticamente não conseguia ) com o barulho apavorante da chuva no telhado. E acha baldes para juntar água da chuva em caso que as torneiras secassem de vez. E ainda por cima entreter e explicar a situação para as crianças que ficaram sem aula não foi tarefa fácil.
Todas as manhãs a maior preocupação era saber qual seria o nível do Guaíba que chegou a absurdos 5,37 metros acima do seu nível em 05 de maio cobrindo o Centro Histórico onde os lindos prédios do Mercado Público e Prédios Históricos foram tomados pela água.
Jornalistas do país todo e do exterior fazendo coberturas ao vivo com roupas impermeáveis deram o tom diário nos jornais mais importantes. Amigos de diversos lugares ligando e dando apoio nos momentos difíceis nos deram força para continuar.
Ficamos de pé igual ao cavalo Caramelo.
A imagem do cavalo Caramelo que ficou 4 dias de pé encima de um telhado em Canoas esperando resgate foi o símbolo da resistência dos gaúchos e viralizou . O resgate foi acompanhado ao vivo por milhares de pessoas mundo afora.
Os voluntários ganharam até escultura.
Inauguração da homenagem aos voluntários que trabalharam na enchente, próximo da Usina do Gasômetro, um dos locais onde aconteciam os resgates em Porto Alegre. A obra "Heróis Voluntários" é assinada pelo artista plástico Ricardo Cardoso. | Foto: Camila Cunha .
Voluntários se deslocando de todas as partes do país e de alguns países trouxeram alento, conforto e salvação para os muitos moradores das ilhas próximas que ficaram sem ter como sair de suas casas. Alguns não quiseram mesmo sair. Lá foram os voluntários para prover água, comida e solidariedade. Deus os Abençoe!
Sempre que choveu, parou.
Dizem que tudo passa, e essa tragédia também passou, deixando um rasto de destruição, famílias dizimadas, crianças e adultos precisando de apoio psicológico.
Também a certeza de que situações inesperadas e tragédias naturais podem acontecer e que não há nada que possamos fazer para impedi-las.
Com o nível do Guaíba voltando ao normal e a reabertura da Rodoviária e do Aeroporto ( que ficou 7 meses inoperante), o turismo voltou a respirar aliviado e a retomar a comercialização de pacotes de viagem.
E como receberemos 2025 depende de cada um de nós. Nas comemorações de Ano-Novo, a maioria deixa a tradicional reunião de família, que geralmente se realiza no Natal, para viajar para a praia com amigos ou parceiros. Na Ceia do Réveillon não podem faltar: lentilhas, carne de porco (as aves ciscam para trás) peixes, uvas, etc. pular 7 ondas , beber espumante, brindar e deixar para trás tudo de ruim que aconteceu no passado.
A roupa branca é praticamente um lema, é claro. De preferência uma roupa de baixo nova e branca ou amarela ( para ter bastante dinheiro no ano que chega) ou se você estiver à procura de um amor ou uma paixão, pode ser rosa ou vermelha. A numerologia ajuda a escolher a cor da sorte em poucos minutos.
Viver o agora
Agora eu me pergunto: até que ponto tudo isso tem sentido se a gente não viver no presente e fizer o melhor de si todos os dias das nossas vidas? De que adiantam todas as superstições se faltar atitude, garra, determinação, resiliência e luta dia após dia? Certamente, absolutamente de nada. Não é uma lentilha ou uma roupa branca que vão fazer com que eu consiga o emprego dos sonhos, conheça o amor da minha vida ou tenha uma saúde invejável. Tudo é fruto de preparo, decisões acertadas e execução dos nossos projetos.
Não que eu esteja criticando quem o faz, muito pelo contrário, até porque eu mesma sigo à risca tudo direitinho, para não ter erro. Mas por trás de uma celebração de Réveillon tem a oportunidade de um novo começo. O fechamento de um ciclo e o começo de novas oportunidades que virão. Mas é muito importante que se enxergue que cada dia é uma nova chance de fazer mais e melhor.
Emagrecer, começar a fazer mais atividade física, parar de beber, cuidar da saúde, viajar, estudar uma nova língua. fazer voluntariado ou mudar de emprego não precisam esperar a virada do ano para acontecer. Cada novo dia se nos apresenta como uma chance única de realizar os nossos sonhos. Por quê não começar hoje em lugar de aguardar o próximo ano para dar a partida? Considerando a finitude de nossas vidas e todos os tropeços que se nos apresentam sem prévio aviso ( 2024 foi prova disso ), acredito que o momento é o agora e não o amanhã ou o ano que vem.
Pensemos nisso como reflexão para 2025 e tenhamos todos muita saúde para dar e vender e felicidade sem limites, porque afinal, nós merecemos, não é mesmo?
Então está tudo resolvido! Vamos celebrar muito a chegada desse caderno em branco do qual ficaremos encarregados de escrever as mais belas páginas porque, afinal de tudo, merecemos e muito ser felizes em 2025.
Feliz 2025 e continuem fazendo do turismo uma rotina saudável, prazerosa e fascinante.
Jornalista
Marisa B. Krás Borges
Reg.
15878 MTE/RS
Com carinho da Equipe do Jornal Sierramar.
Nota da redação: Estaremos em recesso até o dia 07 de janeiro de 2025 quando voltaremos com muitas novidades e os preparativos para nossos 25 anos de fundação. Até lá!
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