BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS -Um dos espetáculos maias conhecidos no Brasil e exterior, realizado no teatro a céu aberto, a Paixão de Cristo, que vai de 9 a 16 de abril, com a participação de artistas profissionais e figurantes convidados pela Sociedade de Teatro Fazenda Nova (STFN) para participarem do espetáculo “Paixão de Cristo”, que será retomado neste ano depois de dois de cancelamento por causa da pandemia do coronavírus. A euforia tomou conta do distrito de Brejo da Madre de Deus, com cerca de 7.000 habitantes, a 203 km da capital Recife, no Agreste pernambucano.
“Todos os anos ocorre uma renovação de cerca de 40% dos
figurantes”, afirma Lúcio Lombardi, diretor artístico da “Paixão de Cristo”,
que neste ano ocorre de 9 a 16 de abril. Desde outubro, a STFN trabalha na
pré-produção do espetáculo, selecionando o elenco principal, captando as cotas
de patrocínio e preparando a campanha de divulgação. A expectativa é que Nova
Jerusalém receba cerca de 6.000 pessoas em cada apresentação.
"Nos últimos anos, o público médio de ‘Paixão de Cristo’
ficou entre 55 mil e 60 mil espectadores por temporada. Para este ano, a
expectativa dos organizadores é alcançar 40 mil pessoas"
Esse número pode quase dobrar se o governo pernambucano, a
exemplo de outros Estados, reavaliar os protocolos sanitários, liberar os
espectadores do uso de máscaras e ampliar a capacidade de público, o que,
segundo Robinson Pacheco, diretor da STFN, pode ocorrer nos próximos 15 dias.
Até agora, além da proteção facial, a exigência para adentrar as muralhas é
apresentar o comprovante de vacinação ou o teste negativo para Covid-19.
Como é necessário fazer a testagem 24 horas antes do início
do espetáculo, a organização oferecerá dois estandes para exames, um deles sem
custo. Para levar o público de volta, aposta ainda na venda de ingressos online
e na opção de parcelamento da compra em até 12 vezes sem juros. Neste ano, os
preços estão R$ 200 a inteira e R$ 100 a meia.
“Estamos retomando nossa missão depois de 52 anos sem
interrupção”, afirma Pacheco, otimista. Com orçamento estimado em R$ 8 milhões,
“Paixão de Cristo" vendeu apenas três das cinco cotas de patrocínio.
“Estamos com dificuldades de vender porque muita empresa não quer associar sua
marca a eventos com aglomeração”, confidencia Robinson Pacheco. A participação
dos governos federal e estadual é apenas institucional, por meio da lei de
incentivo Rouanet e com apoio na infraestrutura do evento, respectivamente.
Outro chamariz para o público é o elenco de famosos, uma
parceria firmada entre a STFN e a TV Globo desde 1997, o que garante nomes de
peso sem a necessidade de cachê milionário.
Neste ano, Gabriel Braga Nunes é Jesus; Christine Fernandes,
Maria; Luciano Szafir, Herodes; Thayara OG, Herodíades; Sérgio Marrone, Pôncio
Pilatos; e Marina Pacheco, Madalena. Nunes volta à encenação depois de ter
interpretado Pôncio Pilatos em 2019.
Pacheco diz ter desenvolvido um método para escolher o
protagonista: “Começa pelo biotipo, ou seja, tem que ser alguém que lembre
Jesus. O ator precisa ter disciplina, talento e ser de fácil relacionamento.
Difícil eu errar na escolha”.
É importante também ter uma boa voz, porque, como a
cidade-teatro é gigantesca, o espetáculo é todo dublado. “Os atores têm que
chegar com o texto na ponta da língua para se encaixar na dublagem”, explica.
O processo é simples: os atores recebem o texto por
WhatsApp, decoram as falas, depois gravam em estúdio, e a trilha sonora é
sobreposta. Pacheco reconhece que as novas tecnologias facilitam cada vez mais
a encenação.
Ao longo de 50 anos, só não mudaram os cenários – são nove
palcos espalhados por uma área de 100 mil m², o que equivale a um terço da área
murada de Jerusalém original – e os figurinos, criados pelo estilista Victor
Moreira.
A ideia de construir essa quase réplica de Jerusalém no
Agreste foi do pai de Robinson, o jornalista Plínio Pacheco, influenciado pelo
comerciante e político Epaminondas Mendonça. O pai era casado com uma atriz,
Diva.
A ideia de Mendonça de montar uma teatralização do episódio
do calvário nas ruas de Fazenda Nova entre 1951 e 1962 deu tão certo que o
vilarejo ficou pequeno para tanto turista. O lugar chegava a receber o dobro de
sua população. Plínio Pacheco chegou a Fazenda Nova em 1956 e tratou de
construir a cidade-teatro a um quilômetro do local original da encenação.
Agências de receptivo, veja com as agências de viagens,
oferecem pacotes de viagens para o destino com ingressos. Uma pousada foi,
inclusive, montada dentro das muralhas. Durante a pandemia, a estrada que liga
Brejo da Madre de Deus a Caruaru foi recuperada para facilitar o acesso ao
distrito de Fazenda Nova.
Uma dica para o viajante é aproveitar a encenação da Semana
Santa em Fazenda Nova para combinar a viagem com Recife, Caruaru ou Porto de
Galinhas. Um pacote da Luck Receptivo, por exemplo, está custando a partir de
R$ 359 por pessoa, saindo da capital pernambucana e incluindo transporte, ingresso
para o espetáculo, acompanhamento de guia e uma parada na famosa feira de
Caruaru para apreciar o artesanato regional.
Onde comprar ingressos: Acesse o site Nova Jerusalém.
Coluna Minas Turismo Gerais
jornalista Sérgio moreira @sergiomoreira63
informações para sergio51moreira@bol.com.br
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