SÃO PAULO/ SP - BRASIL - O especialista em educação e mestre em gestão de negócios
turísticos, Max Franco, ministrou, no último dia da ABAV Expo (27), a palestra
“A jornada do viajante: a essência da experiência do turismo”, e falou sobre as
razões pelas quais as pessoas querem viajar, e a importância do storytelling no
turismo. Segundo Max, não existe melhor forma de promover o turismo do que
contando histórias. “Desde os tempos mais primórdios, somos seres itinerantes,
em busca de situações que nos trouxessem adrenalinas. A princípio a busca era
por alimento, refúgio, segurança, o que muitas vezes nos colocava em situações
de perigo e adrenalina”, destacou. (Foto: maxfranco.com.br)
“Hoje, nossas maiores preocupações são se conseguiremos
pagar o aluguel no final do mês, se ficaremos presos no trânsito na volta para
casa, se seremos assaltados na próxima esquina. Mas, qual a verdadeira emoção
nisso? Qual a adrenalina que temos em nossa rotina? Praticamente zero! E é por
isso que as pessoas buscam a fuga no turismo, pois é ele quem nos possibilita
experimentar uma vida diferente, e fugir do tédio do dia a dia”, explica o
professor.
Como as pessoas estão em busca de novas emoções, para se
tornar ainda mais atraente, o turismo precisa dar um significado para as
experiências que oferece, dar um sentido para que as pessoas queiram ir para
lá. “Um lugar que sabe contar histórias torna-se muito mais atraente aos olhos
do público. O turismo se alimenta de imagens e narrativas, é baseado em
histórias”. O consultor citou como exemplo a Plataforma 9 ¾ da estação Kings
Cross, em Londres, inspirada no filme Harry Potter, que atrai turistas o ano
inteiro, muitos por gostarem do filme e dos livros de J.K Rowling.
Max comparou a busca das pessoas pelo turismo com a “A
Jornada do Herói”, uma estrutura para contar histórias que nasceu com o
estudioso norte-americano Joseph Campbell, na obra O Herói de Mil Faces. São 12
etapas na Jornada do Herói: o mundo comum; o chamado à aventura; a recusa do
chamado; o encontro com o mentor; a travessia do primeiro limiar; provas, aliados
e inimigos; aproximação da caverna secreta; a provação; a recompensa; o caminho
de volta; a ressurreição; e o retorno com o elixir. Essa estrutura é encontrada
na maioria das construções das histórias de filmes e séries, até os dias de
hoje.
Trazendo isso para o turismo, ele menciona o herói como
aquele que busca em uma viagem aquela nova aventura, o desafio, a experiência
que vai tirá-lo da mesmice, e trazer um novo sentido para sua vida. E o papel
do agente de viagem é ser o mentor, aquele que sabe exatamente o tipo de
experiência que ele busca, e vai orientá-lo nessa busca. Por fim, o elixir é a
bagagem cultural com a qual ele volta para casa, as memórias, e as histórias
que ele terá para contar. “A vida são as experiências, os enfrentamentos.
Sempre que voltamos de uma viagem, de alguma forma, nós voltamos melhores do
que éramos antes. E essa riqueza está nas histórias que temos para contar”.
Fotos: Divulgação
Comentários
Postar um comentário