ABIH Nacional faz balanço da hotelaria Nacional. Schmidt do Sindicato e Rede Plaza, avalia situação com preocupação
PORTO ALEGRE-RIO GRANDE DO SUL – BRASIL - Muitos quartos, poucos
hóspedes. Essa é a situação atual da rede de hotelaria nacional, passada a
euforia levantada pela expectativa de realização no País da Copa do Mundo, em
2014, e da Olimpíada, em 2016.
Os megaeventos esportivos expandiram a oferta
de leitos em praticamente todas as capitais brasileiras. Mas os empreendimentos
construídos ou renovados para a chegada de torcedores brasileiros e
estrangeiros enfrentam agora dificuldade para manter as vagas ocupadas. A
ocupação média, que alcançou 62,70% em 2011, está em 56,74% nos primeiros meses
deste ano, calculou a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).
"A taxa de 50% de ocupação é suficiente
para pagar os custos básicos e ter um mínimo de rentabilidade. Mas, para que se
possa reinvestir, dar um incremento é necessário um mínimo de 60% de ocupação
média", diz o presidente do Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA) e conselheiro da Rede
Plaza, Carlos Henrique Schmidt.
Crescimento de hospedagem
Nos últimos cinco anos, houve um crescimento
de 15% no número de estabelecimentos de hospedagem nas capitais brasileiras,
enquanto o total de leitos cresceu 15,4%, de acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Empresários reclamam que impostos
regionais e custos com energia e mão de obra subiram junto com a oferta de
leitos.
Carga tributária
"Ninguém aguenta 40% de carga tributária.
Um hotel de 100 apartamentos precisa encher 40 para depois comprar o pão do
café da manhã. Aí vende mais 20 para pagar os custos da área comercial. Depois
precisa pagar a luz, os salários. Não dá para ter uma atividade dessas",
queixou-se Dilson Jatahy Fonseca Júnior, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis (ABIH Nacional).
Apesar da crise econômica e da elevada taxa
de desemprego no País, um em cada quatro brasileiros afirma que fez ou pretende
fazer alguma viagem em 2017. No entanto, 67% deles têm intenção de se hospedar
na casa de parentes ou amigos, apontou a pesquisa nacional sobre turismo
realizada pela federação do comércio do estado do Rio de Janeiro (FECOMÉRCIO-RJ)
em parceria com o instituto de pesquisa IPSOS.
Fechamentos em hotéis
A falta de demanda já provoca fechamento de
andares inteiros em hotéis de grande porte, queda generalizada nos preços das
diárias e dispensa de mão de obra, segundo a Federação Brasileira de Hospedagem
e Alimentação (FBHA). A entidade aponta que o setor de hospedagem e alojamento
já demitiu 150 mil funcionários com carteira assinada nas principais capitais
do País, desde o fim da Olimpíada, com base em dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho.
"A oferta de leitos cresceu
exponencialmente, os hotéis estão com uma ocupação pífia. Temos notícia de que
alguns estão para fechar na Barra da Tijuca no Rio. É o quadro mais dramático
do Rio", alertou Alexandre Sampaio, o presidente da FBHA.
Inaugurado em julho de 2016, às vésperas dos
Jogos Olímpicos do Rio, o Hotel Venit proporcionou aos hóspedes uma das
melhores vistas para o Parque Olímpico, na zona oeste da cidade. Debruçado
sobre algumas das principais arenas, as instalações padrão quatro estrelas
lotaram durante os jogos, mas viram o movimento diminuir com a partida dos
atletas.
Uma saída encontrada por empresários para a
baixa demanda em tempos de crise é usar a infraestrutura hoteleira disponível
para atrair os moradores da própria cidade. Hotéis de luxo no Rio estão
aderindo ao "day use" para garantir receita mínima.
FONTE: IMPRENSA DA REDE PLAZA DE HOTÉIS/ (ESTADÃO CONTEÚDO).
Comentários
Postar um comentário