BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS – BRASIL - A goiabada cascão produzida em
Barão de Cocais e em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto e o pastel de angu
de Itabirito, cidades que compõe o Circuito do Ouro já foram tombadas pelo
patrimônio imaterial dos seus respectivos municípios.(Goiabada cascão é Patrimônio imaterial)
Visando promover o turismo, valorizar a
cultura gastronômica e agregar valor aos produtos, além de criar experiências
para os visitantes e preservar as tradições, Minas Gerais enaltece um de seus
maiores patrimônios: a gastronomia. Desde os ingredientes até o método de
produção, tudo tem que seguir a risca o modo de fazer para se manter e ser
reconhecido como patrimônio. Os pratos ainda contam um pedacinho da história
das fazendas e personagens de Minas Gerais. A Goiabada Cascão é um dos doces
mais tradicionais de Minas. Tem a cara do estado. E em Barão de Cocais a
iguaria é Patrimônio Imaterial da cidade. Feita com frutas colhidas na região,
a polpa é retirada e os pedaços despejados no tacho pré-aquecido na fornalha.
São mais de três horas de cozimento para o doce ficar pronto.
Pleito
O jeitinho especial de fazer o doce faz com
que os produtores do município pleiteiem, agora, o título junto ao Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Uma
das principais características da goiabada de Barão de Cocais é modo artesanal,
produzida pelas famílias, em pequena quantidade. O aprendizado vem da própria
família, que vai passando a técnica de geração para geração. Algumas mudanças
ocorreram ao longo dos anos. As peneiras foram substituídas pelo
liquidificador. Agora usam açúcar cristal no lugar de melado e as fornalhas que
antes eram de barro são revestidas de cerâmica. Desde 2015, alguns produtores
que seguirem o padrão vão receber um “selo cultural”, que atesta a qualidade do
doce feito em Barão de Cocais e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural de Minas Gerais (EMATER-MG) está promovendo cursos em parceria com a
prefeitura para aprimorar ainda mais o valor agregado do doce.
A deliciosa goiabada cascão de São Bartolomeu
Já em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto,
a goiabada casacão também já é patrimônio imaterial do município. O modo de
fazer o doce está no Livro de saberes e celebrações, registrando oficialmente a
iguaria. Lá a tradição de produzir doces já tem mais de dois séculos, começando
pela marmelada.
Centro de São Bartolomeu, próximo a Ouro preto
Pastel de angu
Pastel de angu, culinária de Itabirito em
destaque
O pastel de angu, é Ícone gastronômico de
ltabirito, foi criado por volta de 1851, quando na época de Itabira do Campo,
Distrito de Ouro Preto. A iguaria foi criada na Fazenda dos Portões. Relata a
história, que Dona Ana Joaquina de Lima, esposa do Sr. David, tinha bom
relacionamento com as escravas e levou duas delas para dentro de casa,
tirando-as da senzala. Uma era conhecida por Philó e a outra, por Maria Conga.
Elas foram as primeiras a usarem a sobra de angu principal refeição dos
escravos. Na falta de uma complementação de carne, a necessidade e a
criatividade das negras as fizeram usar um guisado feito com umbigo de banana,
embora em algumas raríssimas ocasiões as escravas, em sua lida na cozinha,
escamoteavam pedaços de carne escondendo-os nos roletes de angu e assando-os em
rústicos fornos feitos com cupinzeiros. Originalmente, a forma do Pastel de
Angu” era arredondada, O recheio colocado sobre a massa era enrolado e depois
achatado para ser assado, e recebiam o nome de “Boroa".
Tomou a forma atual no Século XIX, por volta
de 1885, pelas habilidosas mãos de Dona Ana da Prata Baêta, conhecida por “Dona
Saninha da Prata que, em 1915 passou a receita para sua nora Dona Emilia
Martins Baêta, apelidada de “Dona Milota”, falecida em 1972. Dona Milota fazia
divinamente os Pastéis de Angu, e os vendia como forma de ajudar nas despesas
domésticas.Logo a receita ficou famosa. A receita passou de geração para
geração e os ingredientes utilizados devem ser de primeira qualidade, com o
fubá de milho moído em moinho movido a água, polvilho especial e além do umbigo
de banana, ainda é oferecido com recheio de bacalhau, carne de boi moída, carne
de frango e também de queijo.
O Circuito do Ouro é uma região turística que agrupa 17 municípios, com afinidades culturais, históricas e naturais, com grande proximidade geográfica entre eles. Alguns dos municípios estão localizados na região metropolitana de Belo Horizonte, e os mais distantes estão a no máximo 170km da capital mineira.Região marcada pelo ciclo do ouro em Minas Gerais, onde foi grande a exploração e exportação desse metal, que se destacava como a principal atividade econômica do período colonial no Brasil e hoje ainda se destaca no cenário econômico com a extração de minério de ferro. São inúmeros atrativos, festas e opções de lazer, e a oportunidade de conhecer parte dos 60% do acervo patrimonial do Brasil localizados em Minas Gerais. Berço da Inconfidência Mineira e terra de histórias e lendas, é possível encontrar boa gastronomia, aventura e natureza de tirar o fôlego, referência em arquitetura e uma quantidade de eventos que atrai desde os mais jovens até a melhor idade. Viaje por Minas Gerais e descubra o Circuito do Ouro nos municípios de Barão de Cocais, Caeté, Catas Altas, Santa Bárbara, Sabará, Itabira, Nova Era, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Congonhas, Piranga e Catas Altas da Noruega. info@circuitodoouro.tur.br
Coluna Minas TURISMO Gerais
Jornalista Sérgio Moreira
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